As belezas da Galícia

Alguns motivos para você considerar a Galícia o seu próximo destino de viagem

Alguns motivos para você considerar a Galícia o seu próximo destino de viagem

A Comunidade Autônoma da Galícia, na Espanha, ainda é um destino pouco experimentado pelos brasileiros. O que muitos desconhecem é se tratar de uma região com os mais variados atrativos, opções passeios de baixo custo e um idioma de fácil compreensão.  Além disso, o governo tem investido cada vez mais em infraestrutura de turismo. Por isso, estamos trazendo neste post, um apanhado geral sobre as coisas que fazem da Galícia, um lugar mágico!

 

Um idioma de fácil compreensão

Muitas pessoas ainda ficam temerosas em viajar ao exterior e acabar se enrolando com a língua. Pois aqui na Galícia, se fala galego, uma língua irmã do português. É claro que trata-se de um outro idioma, mas é totalmente compreensível aos falantes da língua portuguesa, e vice-versa.

Na alta Idade Média a língua galega era considerada uma língua culta, comparada ao latim. O reino de Galícia se estendia até o centro de Portugal, e por isso a derivação do idioma português, do galego (o galego-português).

Como é sabido, na Espanha se fala o castelhano. Entretanto, a Espanha como tal, foi constituída após a unificação de vários povos. Assim, ainda há Comunidades Autônomas que reivindicam que a educação escolar, e até mesmo o idioma oficial a ser usado, seja o tradicional do território. Portanto, a maioria do galegos falam as duas línguas: o galego e o castelhano.

Certamente, as placas informativas de trânsito, dos museus e até mesmo as etiquetas de loja estarão no idioma oficial, e portanto, os brasileiros conseguem compreender tudo, e se fazer compreender. Aliás, sempre que falamos que somos brasileiros, os locais já mandam logo um “Ah, então eu posso falar em galego com vocês!”.

Idioma Galego
As semelhanças do galego com a língua portuguesa.

 

Um destino barato

A Galícia é lindíssima, mas sofreu duros problemas econômicos ao longo de muitas décadas, o que acabou empobrecendo sua população e provocando diversas e massivas ondas migratórias. Sua história e cultura são riquíssimas, mas, se relacionado a outras regiões da Espanha, acabou  tardando um pouco mais a se desenvolver.

A economia galega, até pouco tempo, girava em torno da produção de mariscos e da agricultura. Mas atualmente, o governo tem buscado empreender também na área turística. Isso porque é uma região de imensa beleza natural. Inclusive, com muitas atrações turísticas de natureza, isto é, gratuitas.

Assim, todos estes fatores ainda fazem da Galícia, um destino barato para se viajar. No entanto, não pense tratar-se de um destino com ofertas simplistas. Muito pelo contrário. O potencial turístico é tamanho, que atende às mais diversas áreas turísticas, do turismo rural ao turismo de luxo, passando pelo turismo de experiência e o sustentável.

Por exemplo, um hotel para duas pessoas, em Sanxenxo (uma das praias mais badaladas), em pleno verão, pode sair apenas 75 euros. Mas eu fiz uma busca com um intervalo de antecedência de uma semana. Ou seja, numa viagem planejada com maior antecedência, as ofertas serão maiores e será possível conseguir preços melhores.

Já os restaurantes, abarcam todos os bolsos. No entanto, se você quiser ir a um restaurante mais sofisticado e aproveitar a cultura local tomando um bom vinho, vale saber que, em geral, os cardápios possuem entradas com comidinhas bem típicas, e um custo mais baixo.

E se você é fã das cidades pequenas e do turismo rural, então, os preços são bem mais baixos.

Tabela preços
Um lugar para comer bem e barato.

 

A Riqueza cultural da Galícia

A cultura galega é riquíssima! A região produziu personalidades importantes nas artes desde a época medieval. Mas desde muito antes, contribui culturalmente, nos aspectos não escritos, nas tradições orais e passadas de geração em geração.

A Galícia oferta milhares de festas populares ao longo do ano. Seja para celebrar datas importantes, seja para celebrar o cotidiano. Aqui no blog, já falamos sobre o Entroido e sobre as festas de São João. Mas além destas, também se celebra a colheita das castanhas com o Magosto, as colheitas de uvas e produções de vinhos, o polvo, e muito mais.

E quando falamos das artes, além de importantes escritores, como a feminista Rosalia de Castro (século XIX) e cartunistas, como Alfonso Castelao, a Galícia também possui tradição num instrumento: a gaita galega. Para quem tiver curiosidade, deixo aqui, um link para ouvir o ícone Carlos Nuñez.

Gaiteiros
Gaiteiros tocando pelas ruas de Santiago.

Já o estilo musical e de dança mais tradicional é a muñeira, que nasceu do uso dos moinhos coletivos. Enquanto os agricultores esperavam para moer seus grãos, conversavam, cantavam e dançavam. E na muñeira, havia muitos instrumentos musicais improvisados, como latas, colheres e a concha de vieira. Mas também se toca acordeão, pandeireta e gaita. A dança  é feita em pares ou roda, e apresenta ações corporais circulares e movimentos com os pés e as mãos, inclusive o estalar de dedos. Nos dias festivos, é comum que grupos de músicos e dançarinos saiam pelas ruas, vestidos com trajes tradicionais e proporcionando belíssimos espetáculos.

Cultura galega
Galícia: onde a cultura esta nas ruas.

 

A história nas ruas e nos parques arqueológicos

Para quem gosta de história, a Galícia é um verdadeiro museu a céu aberto, mantendo muita do seu passado preservado. São diversos castros, ruínas romanas, centros medievais e palacetes. Tudo com características da região onde foi construído ou se desenvolveu.

A história do território remonta a pré-história, onde as pessoas viviam em pequenas comunidades nômades. Por volta de 3 mil anos, os povos passaram a integrar pequenas urbes, com modo de vida relacionado aos celtas, chamadas de castros. Já no século I d.C., após muitas batalhas, os romanos finalmente expandiram seus domínios pelas terras galegas. Mas não durou muito, já que os Suevos chegaram no século IV, e fizeram da Galícia um dos primeiros reinos da Europa. Menos de 1 século mais tarde, era a vez da conquista visigoda, depois passou por uma breve invasão árabe, até consolidar-se, na Alta Idade Média, como um reino cristão independente. E esta foi a época de maior esplendor galego, com o desenvolvimento da língua, arquitetura típica, entre outras características culturais.

Com a independência de Portugal e a realização dos casamentos dinásticos, a Galícia perdeu sua autonomia, e passou a pertencer à coroa de Castilha. Esta, mais tarde, unificou-se, abarcando outras regiões e passou a ser um país, conhecido hoje como Espanha.

Mas apesar do passado medieval, a Comunidade Autônoma não possui muitos castelos. Isso porque, em resumo, entre os séculos XV e XVI, a população, cansada dos abusos dos nobres, que impunham altas taxas de impostos, uniu-se para dar um basta na situação. Eles expulsaram das terras galegas, as principais famílias de nobres,  e destruíram a maior parte dos castelos.  Este episódio ficou conhecido como a Revolta dos Irmandiños.

Mas, vamos falar melhor sobre os resquícios de cada época!

 

Os Castros

Existem vários exemplares destes povoados da era do bronze ao longo do território galego. Geralmente, eles ocupavam regiões elevadas, propiciando posições estratégicas e defensivas. Porém, também há vestígios arqueológicos em praias, ilhas e estiagens.

Um dos mais famosos é o Castro de Santa Trega, na fronteira com Portugal. Foi um importante povoado no século I, localizado a 300 metros de altura. A visita pode ser complementada com o centro de interpretações, onde é possível se informar sobre as principais descobertas arqueológicas. Outro atrativo são as maravilhosas vistas do mar e do rio Minho.

Um dos nossos favoritos é o Castro de Baroña, localizado em Porto do Son. Construído em uma pequena entrada do mar, este antigo povoado de pescadores brinda os visitantes com sublimes panoramas do mar. Não é de se estranhar que alguns pesquisadores acreditavam que o lugar também era usado para rituais ancestrais de culto à natureza.

Castro de Baroña
A incrível vista do Castro de Baroña.

 

+Leia mais sobre os Castros em: A Galícia Celta.

 

Vestígios romanos

A presença romana na região é marcada por vários vestígios arqueológicos. Algumas cidades, como Lugo e Ourense, eram capitais provinciais que possuíam grande importância econômica e administrativa. Elas eram ligadas por estradas e pontes, muitas delas ainda visíveis. Por sinal, muitas rotas do Caminho de Santiago passam por essas antigas vias romanas.

Um incrível exemplar da arquitetura romana é a Torre de Hércules, em A Coruña. Trata-se de um farol romano em perfeito estado de conservação que é utilizado até os tempos de hoje.

Outro exemplo, são as Muralhas de Lugo, as únicas linhas defensivas romanas totalmente preservadas no mundo. São mais de 2 quilômetros de extensão, com 85 torres de vigia. Uma ótima maneira de apreciar a arquitetura militar do século II e III d.C.

Quanto ao turismo de experiência, uma atividade inesquecível é banhar-se nas Termas de Ourense.  Os romanos eram apreciadores dos banhos públicos e encontraram em Ourense uma vasta quantidade de fontes termais. Muitas delas, ainda funcionam. Uma oportunidade de vivenciar como era a vida dos antigos romanos na Galícia. 

Torre de Hércules
A Torre de Hércules esta situado em um lugar paradisíaco.

 

Cidades Medievais

A Galícia foi um importante centro medieval, principalmente devido às rotas de peregrinação até Santiago de Compostela. Muitas cidades galegas mantiveram o seu antigo aspecto preservado, permitindo verdadeiras viagens ao passado ao caminhar por suas vielas.

Exemplos de centros medievais bem preservados são os de Pontevedra, Ribadavia, Allariz, Tui e, claro, Santiago de Compostela.

Como falamos anteriormente, muitos castelos da Galícia foram destruídos na Revolta Irmandiña do século XV. Porém, ainda sobraram ótimos exemplares, como os castelos de Monterrei, Castro Caldelas, Baiona (transformado em hotel) e o de Soutomaior. Nosso queridinho é a fortaleza de Pambre, em Palos de Rei, por estar situado em meio a um entorno rural maravilhoso.

Castelo de Pambre
O entorno bucólico do Castelo de Pambre.

 

Palacetes

 Galícia sempre foi marcada por uma forte tradição rural. O poder estava centralizado nas mãos de nobres que administravam as terras e os bens produzidos pelos camponeses. Por muitos séculos essas famílias poderosas viviam em castelos, mas com a destruição destes na Revolta dos Irmandiños, elas se mudaram para os Pazos (palacetes em galego).

Os Pazos poderiam ser urbanos ou rurais. Cidades como Pontevedra, Pazos de Arenteiro, Cambados e Allariz possuem maravilhosos palacetes construídos no centro dos povoados, com o objetivo de administrar os negócios da família.  

Já os Pazos Rurais se destacavam por serem bem maiores, pois também serviam de depósito de produtos agrícolas. Exemplos desses edifícios podem ser vistos no Pazo de Lourizán, Pazo de Rubiáns (com um jardim maravilhoso) e às Torres do Allo (que ainda mantém seus hórreos e casas de funcionários).

Torres do Allo
A relaxante trilha até as Torres do Allo.

 

Belezas Naturais

Os espaços naturais são de tirar o fôlego. Na Galícia tem de tudo: praias, montanhas, florestas, Destino Starlight, e muito mais. E tudo isso estruturado com trilhas, mirantes, cabanas e até rotas gastronômicas. Abaixo, vou exemplificar algumas das atrações dentro de cada categoria.

Ilhas e praias

Com 1.498 km de costa, e 13 ilhas, a Galícia possui cenários paradisíacos. Apesar das gélidas águas do oceano atlântico, as praias galegas têm conquistado cada vez mais o gosto dos turistas.

E as paisagens são diversificadas, com praias mais selvagens, alcantilados, de areia branca, amarela ou pedregosas, e águas claras. Há opções para surfistas e banhistas. Uma das mais conhecidas é a Praia das Catedrais, com formações rochosas que se estendem desde o alto do alcantilado, até o mar. Sofrendo erosão com as ações da natureza, essas rochas tomaram formas de colunas, semelhantes às das construções medievais.

Já em Sanxenxo estão as praias mais badaladas, com uma estrutura bastante variada, com ofertas de esportes aquáticos, turismo de luxo, gastronomia e festivais de verão.

E temos ainda o Parque Nacional das Ilhas Atlânticas de Galícia, que podem ser visitadas, mas que estão em regime de preservação ambiental. Nestes lugares, a estrutura turística está limitada, bem como a quantidade de visitantes, o que garante a estes, uma experiência incrível, em ambientes menos afetados pela exploração humana.

Mas estes foram apenas três exemplos. São centenas de praias, cada uma com seu diferencial e muito potencial para que os visitantes desfrutem da mais linda experiência.

Além disso, a Galícia ainda possui as Rías, que são entradas do mar no continente, onde se encontra com algum rio.  A paisagem e fauna são também, de imensa beleza.

Praia de Nossa Senhora
Praia de Nossa Senhora, nas Ilhas Cíes.

 

Bosques e parques naturais

Além do Parque Nacional das Ilhas Atlânticas, a Galícia possui atualmente, 6 parques naturais declarados. São eles: Complexo Dunar de Corrubedo e Lagoas de Carregal e VIxán, Parque Natural Baixa Limia e Serra do Xurés, Parque Natural Fragas do Eume, Parque Natural Monte Aloia, Parque Natural O Invernadeiro e por fim a Serra da Enciña da Lastra.

No mais, existem diversos bosques espalhados pelas províncias, que mesmo pequenos, ofertam atrações de grande beleza, e história. Assim, quando se fala em biodiversidade e preservação, os territórios galegos se destacam. Os parques e bosques, em geral, possuem boa estrutura turística, seja para esportes de rios, trilhas bem sinalizadas, estrutura de acampamento, entre outras atividades.

E os cenários, como você pode observar pelo título, são bastante diversificados e vão desde o litoral, até as montanhas. As dunas são belíssimas. Já a Ilha de Cortegada, possui a maior floresta de louros da Europa. Além disso, temos aldeias que preservaram as construções castrejas, como em Piornedo, nos Ancares.  Já na Serra da Lastra, estão os incríveis cânions do Sil.

Portanto, na Galícia se pode desfrutar do turismo em meio à natureza, de maneira esplêndida!

Bosques galegos
O bosque retomando uma casa abandonada.

 

Cachoeiras

E com tantos parques naturais, é claro que também existem as atrações de água doce. São vários rios, sendo um dos mais importantes o Rio Minho. Os destinos são diverso, mas posso elencar aqui, alguns de grande beleza.

Primeiramente, gostaria de citar a Cascata do Ézaro, onde o rio desemboca no mar, em forma de cachoeira. Depois há as Fragas do Eume, com pequenas, mas bonitas cachoeiras.

Na província de Ourense, é possível visitar as Pozas de Melón, com três piscinas naturais. Na Ribeira Sacra, o destaque fica por conta da Fervenza da Aguacaída, uma cachoeira de 40 metros de altura.

Já na Costa da Morte, se pode desfrutar das Caldeiras do Castro, cascatas conhecidas como uma jacuzzi natural.

E se você quer saber de outras, pode ler este artigo aqui, do jornalismo local. Tenho certeza de algum deles irá te interessar!

Silleda
A bela Cachoeira de Silleda.

 

Serras e Montanhas

A Galícia também possui regiões de serra e montanhas, desde sua costa, como é o caso do Monte Pindo, até o seu interior. E essas regiões, em geral com uma densidade populacional baixa, são lugares perfeitos para quem quer um pouco de calma ou fazer um turismo contemplativo. Embora os espaços possuam estrutura para caminhadas e trilhas, ainda são locais um tanto rústicos, e portanto, pode ser que a estrutura de telefonia e internet seja um pouco falha. Mas nada melhor para quem quer desconectar, não é mesmo?

Dentre os locais mais visitados pelos turistas, temos a Serra dos Ancares, a Serra do Courel, a Cabeça de Manzaneda, Serra de Peneda, Serra de XurésSerra de Larouco.

Ancares
A Serra dos Ancares no Outono.

 

Destino Starlight

Um Destino Starlight, a grosso modo, é aquele em que se considera possível visualizar as estrelas no céu noturno, sem a interferência da poluição e da iluminação urbana. Mas trata-se ainda de um título cedido por uma organização de estudos astrofísicos da União Européia.

E a Galícia possui dois destinos com selo Starlight. Um deles é o Parque Nacional das Ilhas Atlânticas de Galícia, que engloba as Ilhas Cíes, Cortegada, Sálvora e Ons. E também, Pena Trevinca, um pico de mais de 2 mil metros de altitude, situado na província de Ourense.

Ambos os destinos estão dotados de atividades voltadas para a observação das estrelas, bem como de preservação. Contudo, Trevinca oferece verdadeiros eventos em torno das belezas dos céus noturnos, como caminhadas e até festivais de música.

 

+ Leia mais sobre as espetaculares Ilhas Cíes

 

Ilhas Cies
Ilhas Cies: destino starlight!

 

 

Turismo de Experiência

Esta modalidade turística vem recebendo cada vez mais adeptos e consiste em fugir do turismo de massas e aproveitar de maneira mais profunda, as ofertas turísticas. E a Galícia tem sido referência nesta modalidade turística, já que promove inúmeras atrações voltadas para a experiência e contato com a cultura galega.

Aqui, citarei apenas algumas, de maneira bem genérica, mas cabe saber que os estabelecimentos e profissionais do turismo têm buscado agregar, às suas ofertas, mais e mais personalidade.

Termas

A Região de Ourense é mundialmente reconhecida pela qualidade mineral das suas águas. Por estar localizada em uma região cujo solo possui inúmeras fendas, a água das chuvas é drenada para níveis profundos, onde fervem por causa do calor e voltam para a superfície com bastante pressão. 

Nesta jornada até o subsolo, as águas entram em contato com vários tipos de minerais, entre eles o principal é o enxofre. Isso faz com que a água obtenha propriedades medicinais e estéticas que eram conhecidas desde a época dos romanos.

Dessa forma a região de Ourense torna-se um destino perfeito para os amantes dos banhos termais. Existem várias opções, desde termas ao ar livre de uso público, até spas que se inspiram nas famosas construções balneáreas japonesas.

Inclusive, existe um circuito específico de turismo, chamado A Rotas das Termas, que passa pelas principais instalações da província de Ourense.

Um lugar que vale a pena conhecer são as Termas de Outariz. Inspirada na Cultura Japonesa, consta de 8 piscinas termais com temperaturas e propriedades distintas. São banhos de imersão quentes, choques de água fria, ofurôs e espaços para massagens. Experiências, como o circuito zen possui um preço de 5 euros por pessoa.

Outra terma interessante é a conhecida por A Chavasqueira. Localizada na cidade de Ourense, ao lado do rio Minho, fica totalmente ao ar livre. Utilizada desde a época dos romanos é um lugar muito agradável para se relaxar e aproveitar a paisagem. E o melhor: é gratuito.

Termas Ourense
As termas públicas de A Chuvasqueira, em Ourense.

 

Rotas vinícolas

A Galícia possui cinco regiões vinícolas com Denominação de Origem Protegida (DOP). Neles, são produzidos vinhos tintos e brancos de qualidade, com variedades de uvas existentes somente em terras galegas. 

As regiões são às seguintes: Rías Baixas, Ribeiro, Ribeira Sacra, Valdeorras e Monterrei. Cada uma delas oferece Rotas do Vinho que passam pelos principais produtores e bodegas que oferecem desde degustações até cursos de enologia.

Se você estiver pela Galícia em Setembro, na época da vindima, poderá até participar da colheita. Algumas bodegas oferecem essa experiência, que sempre termina com a deliciosa degustação dos seus produtos.

Vinho
O centro de Ribadavia: um ótimo lugar para tomar um vinho de Ribeiro.

 

+Leia mais sobre o Enoturismo Galego em: Conheça os Vinhos da Galícia.

 

Turismo Rural

Já escrevemos sobre o Turismo Rural no blog, num texto bastante completo. Então aqui, vou apenas fazer uma definição simplificada. O turismo rural é aquele que ocorre num meio rural ou natural, em comunidades pequenas. O turismo rural tem mais a ver com a experiência relacionada com um amplo espectro de produtos ligados a atividades da natureza, como trilhas, agricultura, estilos de vida tradicional das culturas rurais, pesca e turismo de vistas.

E como a Galícia possui incontáveis povoados de economia agrícola, um espaço natural exuberante e cidades muito antigas, com muita história, não é difícil encontrar opções deste nicho turístico por aqui. Inclusive, se relaciona também com o turismo sustentável, em que o turismo ajuda a preservar e até desenvolver o povoado onde ocorre. Pode revitalizar os lugares, promover geração de renda e salvar esses espaços do abandono populacional.

Rota dos Três Pazos
Os coloridos campos da Galícia.

 

Coleta de Mariscos

A pesca sempre foi uma atividade central para a economia galega. Graças à extensa faixa litorânea galega e às águas frias do Atlântico Norte, é possível encontrar uma rica variedade de peixes e moluscos. 

Tradicionalmente, nas comunidades pesqueiras, os homens iam para o alto mar realizar a pesca de peixes, lulas e polvos. Já às mulheres, iam para às praias e costas rochosas coletar moluscos.

Essa coleta está profundamente enraizada na cultura galega, sendo uma atividade que continua existindo até os nossos dias. É bastante comum ver famílias caminhando pelas praias em busca de mariscos.

Para resgatar e valorizar essa cultura ancestral, muitos municípios oferecem aulas gratuitas para ensinar a coletar mariscos. Os turistas são muito bem vindos, onde participar dessas atividades são verdadeiras experiências culturais e gastronômicas. 

Caso tenha ficado interessado, as principais cidades que oferecem esse tipo de atividade são Cambados, Vilagarcía de Arousa e Combarro.

Coleta de Marisco
Curso de coleta de marisco em Vilagarcía de Arousa.

 

Rota dos Faróis

Esta rota é lindíssima e se pode fazer a pé ou de carro. Mas pra ser sincera, a opção de carro te priva um pouco  do contato com as paisagens galegas, que são de tirar o fôlego!

Pois bem, esta é uma rota de trilha, com um percurso de 200 km, que pode ser feita em 9 etapas, e vai bordeando o mar, visitando os faróis da Costa da Morte. A rota começa em Malpica, e termina em Fisterra, passando por cenários incríveis dos faróis, praias, dunas, rios, alcantilados, bosques, estuários, castros, vilas marinheiras e mirantes.

A rota está bem sinalizada e é de dificuldade média alta. Quem cuida da rota é uma associação, já que ela ainda não foi oficialmente reconhecida pela Xunta de Galícia. Contudo, a associação tem lutado pelo reconhecimento. Esperamos que se consolide, para que receba uma melhor estrutura e que se faça conhecida por mais viajantes!

Farois Galegos
A Variedade de farois na Galícia.

 

Caminho de Santiago

Este é um dos destinos galegos mais famosos. Anualmente, recebe em torno de 350 mil peregrinos, sendo o terceiro destino de peregrinações mais disputado.

As rotas são inúmeras, começando na França, na Inglaterra, em Portugal ou em outras partes da Espanha. Porém, como todas as rotas terminam em Santiago de Compostela, boa parte dos trajetos estão em território galego. E muitos peregrinos que não possuem longos períodos de férias, optam por iniciar o percurso dentro da Galícia.

E embora o caminho seja uma experiência imersiva por si só, os galegos ainda deram um jeito de aprofundá-lo ainda mais, mesclando o caminho com roteiros culturais. Isso porque há diversas rotas alternativas que convidam os peregrinos a se demorarem mais nas etapas e desfrutar o turismo rural, fazer trilhas, relaxar nas termas e aproveitar a boa gastronomia.

Outro exemplo, é a Variante Espiritual do Caminho Português, uma rota alternativa, que faz um desvio por uma antiga via que conectava alguns mosteiros mosteiros, e segue em barco, pelo percurso supostamente realizado para transladar os restos mortais do Santo Apóstolo. Inclusive, este trajeto em barco nos oferece uma maior conexão com a cultura galega, já que nos permite presenciar o cotidiano da região por onde passa.

Ah, e vale a pena citar que o caminho de Santiago não é a única rota de peregrinação da Galícia. Há ainda o destino de Santo André do Teixido, cuja história contamos neste post sobre a região de Ferrolterra. que vale a pena ler!

 

+ Leia Mais: Conheça as principais rotas do Caminho de Santiago

 

Caminho Inglês

 

A Gastronomia galega

Como já mencionamos, a cultura galega está muito relacionada com suas atividades econômicas mais tradicionais: a pesca e produção de mariscos, e a agricultura. Assim, a culinária desenvolvida na região não poderia deixar de estar ligada a essas atividades. Então vamos entender um pouco sobre a gastronomia local.

Antes da batata chegar na Europa, a Galícia tinha como base alimentar a castanha. O alimento, quando cozido é bastante versátil e apresenta uma textura similar a da batata, servindo ao preparo de diversos pratos. Já crua, era moída e usada como farinha. Os castanheiros são comuns até hoje, espalhados por praças e bosques em toda a Galícia. Mas com a variedade que se tem hoje, deixou de ser um alimento primário. Ainda assim, no meio do outono as ruas são invadidas com o convidativo aroma de castanhas assando na brasa,  que são vendidas ali mesmo. Em novembro, costuma-se celebrar o Magosto, uma festa onde a comunidade se reúne para coletar e assar as castanhas, enquanto cantam, dançam e conversam.

Também se fazia farinha de milho e centeio. E tudo era moído nos moinhos coletivos, movidos à água.

No litoral, com a fartura dos produtos da pesca, os alimentos mais tradicionais são os peixes, lulas, mexilhões, zamburiña, navajas, vieira, berberechos, centolla, percebes e polvo. Atualmente, estes alimentos são um tanto elitizados, mas acredite, até poucas décadas atrás, era uma comida popular. Mas estes alimentos não ficavam apenas no litoral. Muitas vilas do interior eram administradas por ordens religiosas, e o pagamento de impostos era feito, muitas vezes, com produtos. O polvo, por exemplo, chegou a ser uma valiosa moeda.  E não à toa, tornou-se um dos símbolos da alimentação galega. O polvo à feira é um prato popular, que se compartilha e é vendido em 90% dos restaurantes. Costumamos até a brincar que é como o frango assado de padaria para os brasileiros.

Mas além dele, um produto de destaque é o percebes. Trata-se de um molusco que vive em rochas banhadas pelo mar, nas águas mais frias. Seu sabor sé sempre definido como o sabor do mar, e, embora possa parecer simplista, tem todo um simbolismo por trás. Isso porque sua coleta é difícil e perigosa. É um alimento caro, de preparo simples, mas com toda a dureza da vida e do trabalho no mar.

Há ainda os produtos mais tradicionais nas zonas interioranas, como queijos, embutidos, os grelos (verdura semelhante à couve), carne de porco (porco celta) e a carne vermelha (terneira galega). Aliás, com os embutidos, grelos e porco, se faz um delicioso cozido, prato típico do inverno.

Mariscos Galegos
A Gastronomia galega e sua variedade.

 

O Clima galego

Esse é um fator que depõe contra a Galícia. A primavera e o verão trazem lindíssimos dias ensolarados. Já no outono e inverno, costuma chover um pouquinho mais do que o gosto dos brasileiros exige. Tipo, uns 160 dias a mais do que você pensou (hahah)!

Sim, isso é real. Nas regiões litorâneas chega a chover cerca de 165 dias no ano. Chove mais aqui do que em Londres, famosa pelos dias úmidos e cinzentos! Para você ter uma ideia, no idioma galego existem 70 palavras para classificar as chuvas. Mas cuidado, aqui, a “molla bobos” realmente molha!

O clima na Galícia é predominantemente oceânico e, principalmente nas estações do outono e do inverno, diversos fenômenos naturais provocam uma maior incidência de precipitações. Portanto, as estações mais frias do ano costumam ser também bastante molhadas.

Os melhores meses para se visitar a Galícia pode ser entre os meses de abril e setembro. Mas não pense que a chuva atrapalha os locais. Eles estão muito bem adaptados aos dias chuvosos, mantendo as ruas cheias e festivas. Aliás, muitos mantém até a prática de esportes ao ar livre. Assim, acredito que se você for uma pessoa mais tolerante com as chuvas, pode desfrutar da região em qualquer época do ano. Aliás, dizem que as pedras do centro histórico de Santiago de Compostela fica ainda mais charmoso nos dias nublados.

Todavia, é graças ao clima chuvoso que a Galícia se destaca como parte da “Espanha verde”, que engloba ainda as regiões autônomas do País Basco, Cantábria e Astúrias, e contrasta com o aspecto árido do restante da Espanha.

Também temos neve em algumas regiões das províncias de Lugo e Ourense. Em Manzaneda está a estação de esqui mais famosa.

Clima galego
O clima galego pode ser bem nublado, mas tem o seu charme.

 

O Desafio BEDA Viajante 2021!

Se você gostou desta dica sobre o que conhecer na Galícia,  então, não deixe de comentar e compartilhar com os amigos.

Este post faz parte do Desafio BEDA Viagem (Blog Every Day August), um grupo de blogs de turismo que vai publicar todos os dias neste mês de Agosto. Já entramos na terceira semana do desafio! Acompanhe o material incrível dessa turma!!

desafio beda 2021

 

Créditos da identidade visual do BEDA: Mariana Holtz estudante de design na Parsons New York. Mariana trabalha com ilustração de jogos e animações como o Geo Gravity e o The Magic Pencil, também já ilustrou livros infantis como o “imagine” além de ter um projeto de histórias em quadrinhos contra fake news o Camaleão Leo Instagram @Mah_artz.

Não perca o conteúdo de amanhã! Um abraço!

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