Pátios de Córdoba

Tudo o que você precisa saber sobre o Festival dos Pátios de Córdoba

Tudo o que você precisa saber sobre o Festival dos Pátios de Córdoba

O Festival dos Pátios Cordobeses é o evento mais importante (e representativo) da cidade. Durante as duas primeiras semanas do mês de maio, orgulhosos residentes da cidade abrem suas portas e levam seus visitantes a uma maravilhosa experiência sensorial. Neste post, trazemos todas as informações para uma viagem nas tradições e pelo tempo!

 

Como tudo começou

Em 1918, os moradores de Córdoba passaram a abrir seus pátios à visitantes. O primeiro concurso se realizou no ano de 1921,  com poucos participantes, mas só se repetiu em 1933. Então houve outra pausa, durante a Guerra Civil Espanhola, tendo sido retomado em 1944. Logo se tornou uma tradição, com mais e mais participantes, que recebiam visitantes de todas as áreas. Quase um século depois de sua primeira edição, em 2012, recebeu o título de Festa de Interesse Turístico Nacional e Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. O prêmio foi de estimada importância para difundir o festival.

Assim, todos os anos, o festival recebe milhares de visitantes. Uma oportunidade para contemplar todos os detalhes dispostos em cada pátio visitado. É incrível como cada um organiza o seu espaço, escolhe suas plantas e flores, e a maneira que dispõe os elementos. Tudo de maneira harmoniosa, tentando transmitir a alegria e beleza que o pátio agrega às suas vidas no dia a dia.

 

pátios de córdoba

 

A Arquitetura dos Pátios

Esse estilo de arquitetura que inclui um pátio no interior das casas é bastante comum por toda Andaluzia. Sua origem está na cultura árabe, que habitou a região por quase 8 séculos. O exterior das casas era bastante simplificado e a fachada estaria orientada para seu interior. Assim, construia-se um pátio central, um ambiente aberto, com função de iluminar e ventilar os demais cômodos. Mas também servia de área de convivência da familiar e até social.

Estes ambientes estão adornado com flores no chão, paredes, balcões e até tetos. Também é comum que estruturas de água, como fontes e poços façam parte do ambiente. Até porque, a água tem a importante função de refresco, nestas localidades tão quentes.

Embora o espaço ainda esteja presente na arquitetura cordobesa, não esteve isento das alterações dos séculos. No início, por exemplo, era comum que os pátios estivessem rodeados por pórticos e colunas e adornados com ladrilhos. Depois, passou a ganhar elementos de vegetação, como árvores frutíferas e outras plantas. No século XVI, recebe elementos de estilo renascentista. Mais tarde, por influência barroca, os pátios se reconfiguram: a planta baixa passa a ser quadrada e portada, enquanto os andares superiores recebem balcões.

Já no século XIX, uma mescla entre o estilo neoclássico e a arquitetura oriental, altera não somente as estruturas dos pátios, como também suas plantas e adornos. Este estilo eclético perdurou até recentemente. Mas no século XX, padre destas grandes casas foram transformadas em condomínios. Assim, os pátios se tornaram o espaço comum dos vizinhos, com cozinhas, banheiros e lavadouros compartilhados.

Atualmente essa prática não é comum, e as novas construções não são são nestes moldes. Mas ainda há muitas outras casas que mantiveram sua estrutura, e ao menos uma vez no ano, abrem suas portas para celebrar este espaço tão importante.

Pátios de Córdoba

 

Quando visitar os pátios de Córdoba

É possível visitar alguns dos pátios em qualquer época do ano. No entanto, a época mais bonita, claro, será a primavera. E é nessa estação que ocorre o Festival dos Pátios Cordobeses (ou Festa dos Pátios de Córdoba).

Sempre, na primeira quinzena do mês de maio, os proprietários dos pátios participam de um concurso, que premia os mais bonitos. Assim, nesta época todos os pátios estão abertos à visitação, em períodos específicos. Normalmente, das 11 hs da manhã até as 14 hs, e depois, das 18 hs até as 22 hs.

Também será durante a época do festival, o período de maior esplendor dos espaços. Além das flores que preenchem todo o espaço, se utiliza também, objetos antigos para complementar a decoração.

Ademais, existem empresas que fazem visitas guiadas pelo itinerário, tanto no período do festival, quanto nos demais meses do ano.

 

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Categorias do concurso do Festival dos Pátios de Córdoba

Durante a primeira semana do festival, é que ocorre o concurso. Já na segunda semana, é o período de premiação. Assim, aqueles que decidem visitar o local mais para o final, pode até traçar um roteiro, escolhendo os principais pátios. Os prêmios do festival são dados a 3 categorias do concurso:

A primeira delas é a categoria de pátios antigos, que refere-se a pátios que tenham sido construídos até a década de 1960, e que conservem suas principais características estruturais.

Depois, temos a categoria dos pátios de arquitetura moderna. Nesta, como o nome sugere, competem pátios de residências modernas. Porém, que tenham sido construídas após a demolição de uma anterior. Ou ainda, que seja uma residência antiga, mas que sofreu tantas mudanças ao longo do tempo, que já tenha se descaracterizado do original.

Por fim, temos a categoria de Pátios Singulares. Esta, refere-se aos pátios que pertencem a entidades, associações ou congregações religiosas, que mantém as características da arquitetura original de sua época de construção. São as mais monumentais, já que são pátios de igrejas, conventos e palácios.

Pátios de Córdoba

 

Quantos pátios há em Córdoba?

São mais de 60 pátios. Entretanto, nem todos participam do concurso. No ano de 2022, por exemplo, 52 pátios entraram na competição.

Os pátios estão localizados em diferentes áreas do centro histórico de Córdoba. Para tal, os organizadores do evento sempre disponibiliza um mapa com seis rotas distintas. Além disso, também disponibilizam uma série de informarções, fotos, vídeos, e outros eventos relacionados ao festival.

 

Quanto custa visitar os pátios de Córdoba

A entrada aos pátios é gratuita e não necessita reservar com antecedência. O que ocorre é que muitos deixam algumas moedinhas em sinal de agradecimento.

Contudo, por tratar-se de uma festa que atrai muitos admiradores, é preciso contar com o bom senso dos visitantes. Primeiramente, por tratarem-se de pátios privados, ou seja, nas casas das pessoas. Assim, além do respeito desejado ao comportamento de qualquer visitante, é preciso lembrar que muitos espaços sejam reduzidos e que, portanto, a capacidade de pessoas no ambiente seja também, reduzida. E por isso, certamente o visitante vai encarar algumas filas. Muitas delas, bastante grandes.

Ou seja, tome seu tempo, admire, mas respeite o espaço e o tempo dos demais que também estarão ali para a visitação.

Também vale comentar outras questões. A primeira delas é que cada anfitrião vai decidir se é possível ou não tirar fotos. Em geral, isso é informado por meio de cartazes ou no ato da entrada. O mesmo serve para a entrada de animais. Já no aspecto acessibilidade, muitos deles não são acessíveis às pessoas com problemas de mobilidade. Mas os organizadores deixam informado nos mapas quais são os locais acessíveis.

Pátios de Córdoba

 

Vale a pena visitar os pátios?

Enquanto esperávamos em uma das maiores filas que pegamos, ouvimos alguém comentar, em tom de deboche, que era inaceitável ficar em uma fila daquele tamanho só para ver flores. E é possível que isso passe pela mente de muitos que visitam o festival, ou que tenha chegado até este ponto do texto.

Pois aqui, terei que usar o clichê de Fernando Pessoa para dizer que: “Tudo vale a pena se a alma não é pequena.”

Acredito que quem se dispõe a conhecer um lugar, seja perto ou longe de caso, numa viagem ou apenas em um passeio, deva estar aberto ao que este ato pode proporcionar. Ir a um lugar não significa pura e simplesmente estar ali. Na verdade, conhecer um lugar novo é algo que envolve a subjetividade, emoção, afetividade, memórias, expectativas, etc. Nunca é só sobre aquele lugar. É mais sobre quem somos, sobre nos conhecer melhor, sobre os conhecimentos que adquirimos, sobre quebrar paradigmas e ser tolerantes.

O Festival de Pátios não é sobre flores, é sobre cultura, tradição, cuidado e afeto. Cada morador que abre a porta da sua casa para a entrada de milhares de pessoas, está orgulhoso de seu passado, da sua criatividade e feliz por cuidar e cultivar o seu lar. Já os visitantes, estão sendo estimulados sensorialmente pelas cores, aromas, sons, etc. Eu por exemplo, me transportei várias vezes para o jardim da minha avó, cheio de gerânios, rosas, cravos e beijos. E mais do que isso, me lembrei dela, do cuidado e do afeto.

Por vezes, fiquei impaciente com as filas. Tensa com a multidão espirrando, sem usar máscara em um período ainda delicado. Mas saí feliz de cada pátio que entrei, do mais simples ao mais sofisticado. Então obviamente, cada um deve falar por si, se vale ou não a pena. A única certeza que tenho é que o que não vale a pena é se dispor a uma viagem apenas para bater ponto.

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Espero ter despertado a curiosidade e o encanto de vocês, tal qual este festival me encantou.

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Um abraço e até breve!

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