11 Comidas da Espanha: pratos para mergulhar na cultura espanhola

11 Comidas Típicas da Espanha: pratos para mergulhar na cultura espanhola

Muita gente gosta de aproveitar uma boa comida durante as viagens. Aliás, comer é, sem dúvidas, uma maneira de desfrutar melhor da cultura de um lugar. A comida do dia a dia da Espanha não tem nada de sofisticado. Aliás, nota-se uma mescla entre tradições seculares, iniciadas na Idade média, e pratos onde aproveita-se de tudo em um alimento. Assim, neste post, gostaríamos de apresentar 11 comidas da Espanha, lugar de fartas porções e onde se come muito bem!

Aliás, temos diversos posts sobre a Espanha, para você mergulhar nessa cultura tão rica!

 

Paella

A Paella é um dos pratos espanhóis mais famosos fora de seu país. A Paella é um prato preparado com arroz, carnes e legumes. Embora a mais conhecida seja a marinheira, que  como o nome diz, une ingredientes do mar como peixes, polvo, lula e marisco, existem outros tipos de paella, que mesclam outros tipos de carnes.

Ao que tudo indica, o prato nasceu em Valencia, famosa por suas plantações de arroz. Era uma forma dos camponeses se alimentarem após o dia de trabalho onde, em uma panela de fundo bastante largo, cozinhavam, numa fogueira improvisada,  o arroz junto de ingrediente trazidos por cada um dos trabalhadores. Assim, o prato unia ingredientes simples, do campo. A paella valenciana, por exemplo, leva, além dos legumes, carne de frango e carne de coelho. 

Atualmente há uma variedade ampla de paellas, com ingredientes mais simples ou mais sofisticados.

 

Gazpacho (Andalucia)

O Gazpacho é outro prato de origem camponesa, utilizado com ingredientes do campo e bem nutritivo. Trata-se de uma espécie de sopa fria de tomates, comumente servido como entrada. O preparo é bastante fácil e leva tomates, pimentão, pepinos, azeite e migas de pão. É uma opção perfeita para os dias mais quentes, já que é leve e refrescante.

Uma outra versão é o Salmorejo, utiliza os mesmos ingredientes do Gazpacho, só que é mais grosso. A brincadeira é que o Gazpacho pode ser tomado em um copo, enquanto o Salmorejo tem a consistência mais espessa de uma sopa tradicional, sendo melhor tomada com colheres.

 

Tortilla

Esta iguaria, eu diria ser a mais popular, mais simples e mais presente no cardápio espanhol. Sim, ela está em toda a Espanha. Mas cada um tem seu jeito de fazer e seus segredinhos. Trata-se de uma espécie de omelete de batatas, de grande tamanho, onde a receita básica leva apenas ovos, batatas e sal. Entretanto, pode-se agregar ingredientes como cebolas em rodelas, espinafre, pimentão de La Vera (páprica), angulas, atum, camarão e até abobrinha.

Aliás, aqui na Espanha existe um intenso debate se deve ou não colocar cebola na Tortilla. É mais ou menos como a discussão brasileira do arroz por cima ou debaixo do feijão.

A tortilla é um prato para compartilhar. Assim, é comum que esteja presente, em sua forma mais básica, nos menus de bares e restaurantes, como entrada, ou até mesmo em forma de tapas (petiscos servidos com bebidas).

Este prato se prepara na frigideira, e cada estabelecimento ou avó, tem o ponto certo da sua tortilla. Portanto, algumas são mais sequinhas, cozido por inteiro, outras mais cremosas ao centro, mantendo os ovos bem moles. E aqui, destaco ainda, a tortilla de Betanzos, uma cidade marinheira da Corunha, cujo lema é o que “A tortilla de Betanzos tem que chorar!” Isso quer dizer que em seu centro, os ovos se mantém bastante caudalosos para que, quando se corte a tortilla, este escorra, umedecendo o prato. Mas isso, já é para o gosto de cada um, não é mesmo?!

 

Cochinillo, típico em Castilla y León

O Cochinillo é um prato famoso em toda região da Castilla. É um leitão, que deve ser consumido antes de que ele mude a alimentação do leite para os sólidos. Em outras palavras, ele não pode ter mais de 21 dias.

Para alguns pode parecer um pouco cruel, mas o Cochinillo é um alimento utilizado nessa região a muitos séculos. Existem vestigios do seu consumo nas civilizações celtiberas, anteriores a conquista romana.

Os lugares mais tradicionais para come-lo são em Segovia e Arévalo, existindo uma forte competição entre as duas cidades de qual oferece o melhor Cochinillo.

O preparo é bem debatido entre cada especialista, mas todos seguem o preceito de assar o leitão inteiro em uma forma de barro, utilizando fornos a lenha. O tempero mais básico é o vinho branco e o loro.

Antigamente era comum assar o Cochinillo nos fornos das padarias, sendo uma atividade comunitária. Atualmente, diversos restaurantes da região oferecem o prato, o que muitas vezes pode diminuir sua qualidade, principalmente pela grande demanda turística.

Por isso é fundamental buscar os Assadores (nome dos restaurantes especializados em assados) mais tradicionais e perguntar aos moradores seus lugares favoritos. Um bom Cochinillo deve ser macio, quase não sendo necessário o uso de faca. Tanto, que alguns restaurantes não utilizam faca para corta-lo, empregando pratos para separar as partes da carne, e assim, comprovar que o produto está tenro.

 

Fabada Asturiana

Um dos pratos mais tradicionais da região das Asturias, a Fabada é um prato feito com feijões brancos, carne de porco, chorizo e morcilla (embutido feito com sangue prensado de porco). É uma refeição típica de inverno, feita para esquentar os fortes dias de frio asturiano.

Suas origens remontam ao século XVI, quando os camponeses almoçavam esse prato calórico para poder aguentar o longo dia de trabalho. Hoje em dia é encontrado na grande maioria dos restaurantes asturianos e em boa parte da Espanha.

 

Pulpo à Galega, Percebes e outros mariscos

A Galícia se destaca na produção de frutos do mar e mariscos. Aliás, é a maior produtora de mexilhões da Europa. Mas não é deles que vamos falar.

Existem algumas iguarias bastante populares por aqui, algumas delas, escassas em outras regiões, como o percebes, a zamburiña e as navajas. Mas vamos por partes.

O Polvo

O polvo à galega foi, em outros tempos, uma comida de feira. Tanto que na Galícia, o nome do prato é polvo à feira. Este prato está presente em 90% dos restaurantes da Galícia, e aos finais de semana, pode ser que haja alguma tenda ofertando o produto, mais ou menos como o nosso frango de padaria aos domingos.

O preparo é bastante simples: cozinha-se o polvo em água com sal e azeite, corta-se em pedaços pequenos e se serve em uma tábua de madeira, salpicado com páprica doce ou picante, e regado com azeite. Também é comum que venha acompanhado de pão ou de batatas cozidas.

 

Percebes

Esta iguaria é bastante apreciada, mas é um produto sazonal. Trata-se de um molusco que vive nas pedras banhadas por águas salgadas. A Galícia possui uma ampla costa, de gélidos mares agitados e alcantilados. Pois este é justo o ambiente em que os Percebes vivem. Inclusive, existe até um ditado galego: “O Percebes está onde mais forte se cheira o mar”.

A coleta dos moluscos é bastante perigosa. Inclusive, deixo aqui o link de um vídeo para quem quiser ver como é a coleta do produto. É o relato de um percebeiro, uma profissão de alto risco, dado às circunstâncias da coleta.

Há ainda, uma técnica para comer o molusco, então pergunte ao garçom. O sabor… não saberia explicar, mas certamente, faz referência ao mar.

 

Zamburiñas

As zamburiñas têm um aspecto mais delicado, em uma concha de tamanho médio e arredondado. Seu sabor suave, combina bastante com o vinho branco albariño, também produto das terras galegas. Normalmente, as zamburiñas são servidas grelhadas, com azeite com um leve toque de alho.

 

Navajas

As navajas, são chamadas assim por sua similaridade com uma navalha. Isso porque o molusco cresce dentro de uma concha fina e comprida. Possui um sabor mais acentuado, e em geral, o cozimento leva temperos, os quais enriquecem seu gosto.

 

Vieiras

As vieiras, também são mariscos de grandes conchas. Aliás, sendo típicas daqui, suas conchas acabaram tornando-se prêmio, e mais tarde, símbolo da peregrinação à Santiago de Compostela.

É comum servir as vieiras empanadas ou grelhadas, e possui sabor suave.

 

Pinchos e Tapas do País Basco

Na Espanha, é muito comum que, quando tomamos uma bebida, seja um café, cerveja ou vinho, os estabelecimentos ofereçam algo para petiscar. Esses petiscos são chamados de tapas. A variedade é imensa, podendo ser um pedaço de tortilla, amendoim, sementes de girassol, macarrão com carne, jujuba, etc. Mas também há tapas nos cardápios, ou pinchos, que são opções de comidinhas para beliscar.

E quem oferece os melhores cardápios de pinchos é o País Basco, na Espanha. Ali, as tapas são bastante tradicionais, criativas e até sofisticadas.

Mas se sua viagem não inclui uma volta pelo lindíssimo País Basco, em Madrid, há diversos bares de tapas bascas. Não é a mesma coisa, mas dá pra se ter uma idéia de como são.

 

Calamares com batatas

Este é outro queridinho dos espanhóis, sendo comum encontrá-lo em diversas partes da Espanha. Trata-se de anéis de lula empanados e fritos, e acompanhados com batatas fritas e limão. Mas não pense que estamos falando da lula à dore, habitualmente servida nas praias brasileiras. Até porque, para este prato, se prepara as lulas menores, além da forma de empanar ser diferente.

Em geral, é oferecido como porções ou entradas. E é um petisco perfeito para acompanhar uma bebida num happy hour.

 

Queijos e embutidos

A Espanha é um país mundialmente reconhecido por seus embutidos e queijos. Existem inúmeros produtos destas categorias, que variam muito de acordo com cada região. Mas podemos destacar aqui, alguns que valem a pena comprar, e podem ser encontrados nas principais Charcuterias (lojas especializadas que vendem carnes e frios) ou supermercados.

O queijo Manchego

Sem dúvida, o Manchego é o queijo mais consumido pelos espanhóis. Feito com leite de ovelha, possui esse nome por ser a região de Castilla la Mancha sua produtora. Ele deve ser maturado por 30 dias, no caso de queijos de menos 1,5 kg e por 60 dias, em peças maiores.

Os detalhes técnicos são importantes pois trata-se de um queijo com selo de Denominação de Origem Protegida (DOP). A União Européia criou esse sistema de classificação para sinalizar que um produto foi realmente produzido em sua região original, seguindo as técnicas ancestrais. Caso tenha ficado curioso sobre as especialidades do queijo manchego, disponibilizamos o site oficial dos produtores.

 

Queijo Cabrales

Além do Manchego, existem mais de 150 tipos de queijos na Espanha. O país possui 32 Denominações de Origem, demonstrando a grande variedade do produto. Cada região se orgulha do seu queijo, realizando festivais e competições para valorizar a sua produção.

Mas um dos mais curiosos que já provamos é o chamado Queijo Cabrales, produzido nos Picos da Europa, Astúrias. Ele é elaborado utilizando três tipos de leite: de vaca, de cabra e de ovelha. Depois, ele é colocado por seis meses para maturar em nas covas da região. Nessas cavernas, existe um tipo de fungo que só se desenvolve ali, dando um sabor único para o queijo.

É um queijo azul, forte, lembrando um pouco o gorgonzola. Em geral, se consome este queijo puro, com geleias, pães ou na composição de patês. Na culinário local, utiliza-se muito este produto, que fica especialmente saboroso como molho das famosas carnes asturianas.

 

Jamón

O Jamón é outra estrela da gastronomia espanhola. São pernis de porco defumados por longos meses, criando um sabor maravilhoso para os amantes de embutidos.

Por ser um produto tão tradicional, existem diversos tipos e modos de produção. De maneira geral, podemos classificar em dois grandes tipos, conforme a raça de porco: o serrano e o ibérico.

O Jamón Serrano é feito com porcos de raça branca, por isso são facilmente distinguíveis por serem mais claros. Ele possui esse nome por serem produzidos em regiões mais altas e secas, facilitando o processo de defumação.

Já o Jamón Ibérico é feito com porcos da raça de mesmo nome. É um produto mais especial, pois os animais são geralmente criados em campos ou bosques abertos. Inclusive, a sua classificação (e valor) depende da proporção de castanhas em que os porcos se alimentaram ao ar livre. Os chamados Jamón de Bellota, são procedentes de animais que comeram exclusivamente as castanhas dos bosques (bellotas em espanhol), proporcionando um sabor único ao Jamón.

Contudo, essas peças mais especiais costumam ter preços mais elevados. Geralmente se corta o produto com facas específicas, exigindo um curso para quem manuseia o Jamón. Se quiser ver como é cortado um Jamón de Bellota, neste vídeo um Maestro Jamonero explica o processo.

 

Morcilla

A Morcilla é um embutido feito com sangue prensado de porco, e complementado com outros elementos, como arroz, cereais, pão ou cebola. Se faz morcilla em toda a Espanha, mas é as Astúrias quem produz e as mais famosas.

Possui um cor escura e um sabor forte. Se consome pura ou suavizada com mel, geléia e compotas de frutas. Também é muito utilizada na elaboração de pratos como sopas, caldos e cozidos.

 

Chorizo

O termo chorizo sempre causa uma certa confusão, pois chouriço em português seria a Morcilla que falamos anteriormente. Já na Argentina o termo se refere a um corte específico de carne vermelha.

O Chorizo Espanhol é um embutido feito com carne de porco. Como sempre, por ser um alimento comum em todo o país, possui uma enorme variedade regional.  Entretanto, basicamente ele é temperado com alho e o pimentón (o pimentão vermelho desidratado em pó).

Esse embutido é muito saboroso, sendo apreciado em sanduíches, frito, assado, cozido no vinho ou mesmo puro. Também oferece um sabor especial para sopas e cozidos, sendo muito apreciado com batatas e grão de bico.

 

Chocolate quente com churros

Esta é uma comum opção de café da manhã (ou da tarde) dos espanhóis, então muitos cafés servem esta maravilha. Mas devo adverti-los que nem todos preparam bem este quitute.

A combinação é muito simples. Para beber, chocolate quente, daqueles bem cremosos. E para comer, churros fritos, que, diferente dos nossos, não levam recheios. Os churros, inclusive, possuem diferentes tamanhos, de acordo com o estabelecimento, mas em geral, são finos, embora alguns lugares ofereçam opções mais encorpadas. E pode ser que o lugar venda por porção ou por unidade.

O ritual é unânime nas mesas: antes de morder, molha-se o churros no chocolate quente. Delicioso, não?!

Mas também há o churros de feira, e este sim, se assemelha aos dos quiosques brasileiros, onde já se vende os churros com uma cobertura de chocolate. Nós costumamos gostar mais dos churros vendidos nos cafés, que estão sempre frescos, e portanto, a qualidade é melhor.

Aliás, um dos cafés mais tradicionais da Espanha, que oferece os produtos, é a Chocolateria San Ginés, que fica em Madrid. As filas são enormes para entrar no local, e os atendentes parecem sempre estar apressados, já que são muitas pessoas para atender. Então se for, vá com paciência.

 

Natilla

A natilla é aquela sobremesa básica, do dia a dia. Trata-se de um creme à base de leite e gemas, e que leva açúcar, canela e cascas de limão para aromatizar. Serve-se o creme com um pouco de canela em pó, e uma bolacha maria por cima. Mas a simplicidade e delicadeza deste creme conquista grande parte das pessoas.

 

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Créditos da identidade visual do BEDA: Mariana Holtz estudante de design na Parsons New York. Mariana trabalha com ilustração de jogos e animações como o Geo Gravity e o The Magic Pencil, também já ilustrou livros infantis como o “imagine” além de ter um projeto de histórias em quadrinhos contra fake news o Camaleão Leo Instagram @Mah_artz

Então, um abraço e até amanhã!