Keukenhof: o Jardim das Tulipas na Holanda

Keukenhof: o Jardim das Tulipas na Holanda

Quando o assunto é tulipa, automaticamente pensamos em Holanda. Isso porque o país é o maior produtor e exportador destas exóticas flores. Neste post, te convidamos a conhecer o Keukenfoh, um maravilhoso jardim de tulipas na Holanda, também conhecido como o maior jardim da Europa.

 

O que é o Keukenhof, na Holanda?

O Keukenhof é um parque que abriga os jardins de tulipas. O espaço possui mais de 32 hectares e serve de cenário para a exposição dos mais de 7 milhões de bulbos que são plantados anualmente em seus jardins.

Tudo começou em 1949, quando um grupo de 20 produtores e exportadores de bulbos, resolveram fazer uma exposição para ampliar suas vendas. No ano seguinte, a exposição foi aberta e recebeu mais de 230 mil pessoas, sendo considerada um sucesso. E assim, 2024 será o 75° ano de exposição, que agora conta com mais de 100 produtores e expositores, e continua sendo celebrada como sucesso.

Keukenhof quer dizer, em holandês, algo como “jardim de vegetais”, ou “jardim de cozinha”. O espaço era parte da propriedade de caça da Condessa Jaqueline da Baviera, no século XV. Em 1641, o Castelo Keukenhof foi construído e a propriedade, ampliada. Dois séculos depois, o paisagista e arquiteto Jan David Zocher, juntamente de su filho, remodelaram os jardins do castelo, que agora, ganhava aspectos dos jardins ingleses. Até hoje, esse modelo prevalece nas estruturas do parque. É possível visitar os entornos do castelo, mas para entrar no castelo, é necessário agendar uma visita guiada.

 

Sobre os jardins do Keukenhof, na Holanda

Na atualidade, uma parte dos jardins está dedicado aos expositores de tulipas. Nestes jardins, além das tulipas, estão plantados também narcisos, jacintos e açafrão (crocus). Participam do evento, 100 produtores de bulbos, que buscam exibir sua melhor variedade de flores. Existe um design para criar um jardim especial para cada empresa, que é consultada sobre qual coloração e tipo de tulipa irá expor.  

O número de bulbos de tulipas plantados nos jardins do parque, chegam a 7 milhões, sendo mais de 3 mil espécies de flores. E embora os elaboradores da feira tentem destacar sempre o produto mais autêntico ou mais difícil de se conseguir, como as tulipas negras, eu diria que é bastante difícil de escolher entre uma ou outra flor. As variedades de cores e formatos deixam todos os visitantes boquiabertos. Há ainda, quem considere o Keukenhof, na Holanda, o jardim de primavera mais bonito do mundo. 

Além dos jardins, o parque conta com 5 pavilhões de exposição de flores. As exposições mudam todas as semanas e as informações com a programação também está disponível no site do evento. 

 

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Tulipas: da causa da primeira bolha financeira mundial à resposta contra a fome na 2ª Guerra.

As tulipas são originárias da Ásia e seu nome se refere à sua aparência assemelhar-se a um turbante invertido, acessório comum aos homens da cultura turca. A palavra “dulband”, em persa, recebe a pronúncia “tülbend”, em turco, e quer dizer turbante. Ao se espalhar pelo mundo, as flores vão recebendo outros nomes, mas em similar sonoridade. Na língua portuguesa, passou a serem chamadas de tulipas.

O que se supõe é que as tulipas chegaram aos solos holandeses pela primeira vez, em meados da década de 1570 e tratava-se de um presente do  diplomata  Oghier Ghislain de Busbecq, do então Condado de Flandres, hoje, Países Baixos, ao seu amigo botânico e diretor do Jardim Botânico da Universidade de Leiden, Carolus Clusius. O que chamou a atenção do diplomata sediado em Constantinopla, foi notar os jardins do palácio do sultão Süleiman, tão coloridos em pleno o inverno, época desfavorável para flores. 

Após receber o presente do seu amigo diplomata, alguns bulbos de tulipas vindos da Turquia, o botânico Carolus Clusius passou a cultivá-las no Jardim Botânico que chefiava na cidade de Leiden, e também a estuda-las. Também passou a cultivar-las em seu jardim privado. Conta-se que as primeiras tulipas floresceram em solo holandês, no ano de 1593 e que as pessoas ficaram tão impressionadas com as flores, que acabavam furtando as plantas dos jardins. 

Seus estudos e criações de novas cores e espécies sem dúvidas contribuíram para o fascínio dos holandeses pela planta, mas não somente isso. Diante do desejo de se ter o item, as tulipas passaram a ser comercializadas e viraram uma febre entre as elites, como símbolo de luxo e exclusividade, dando início a um novo capítulo da história holandesa.

 

A primeira bolha do mercado financeiro

A primeira bolha financeira da qual se tem conhecimento, ocorreu nos Países Baixos, no século XVII. A a causa foi nada menos que as tulipas, consideradas na época, um luxuoso artigo para se ter em casa. Quanto mais rara a flor, mais cobiçada e mais cara ela seria.

Assim, o mercado de tulipas tornou-se bastante lucrativo e atrativo para investidores no cultivo e venda das flores. Contudo, trata-se de uma planta bastante delicada, com um tempo de cultivo longo. Sua produção depende de condições climáticas adequadas e pode levar até 3 anos para que um bulbo floresça. Assim, dá-se início às negociações de contratos futuros de tulipas, isto é, os investidores passaram a comprar na data do dia, tulipas que floresceriam em 2 anos. Com isso, a expectativa era de que, na data da venda, as flores tivessem um valor de mercado superior ao da aquisição e que, portanto, poderia se fazer um comércio bastante lucrativo. O que, de fato, ocorreu por algum período.

Em determinado período, as tulipas valiam bem mais do que o ouro e até mesmo, chegavam a valorizar-se mais de 20 vezes em um só dia. Para se ter uma ideia, no ano de 1624, a flor mais desejada era uma tulipa vermelha com estrias brancas, a chamada Semper Augustus, que chegou a custar o equivalente a uma casa aos redores dos melhores canais de Amsterdam.

Assim, os investidores passaram a adquirir títulos baseados em lucros especulativos, até que em 1637, situações como o crescimento da peste bubônica, guerras e até mesmo restrições comerciais aplicadas pelo governo, fez com que o mercado das tulipas colapsassem.  As perdas financeiras dos mercadores do produto foram inestimáveis. 

Foi a primeira vez que se teve um problema por conta de preço especulativo. O episódio ficou conhecido como “Mania das Tulipas”. 

 

 

Os recursos em tempos de guerra

Durante o início da Segunda Guerra Mundial, a Holanda foi tomada pelos exércitos alemães. A partir daí, todos os recursos do país passaram a ser enviados para a Alemanha, fazendo com que o povo holandês vivenciasse um período de escassez. Contudo, já nos meses finais da Guerra, as rotas de acesso de recursos, como os portos do país estavam bloqueados, deixando cerca de 4,5 milhões de pessoas em situação extrema de fome. Os relatos é que as pessoas passaram a comer o que podiam. 

As histórias contadas, como em qualquer situação de guerra, são demasiado tristes e nem vale serem mencionados com algum detalhe. Talvez uma das soluções menos dramáticas foi a encontrada por pessoas que tinham acesso aos bulbos das tulipas. Não se tratava de uma alimentação prazeirosa como qualquer outro vegetal. Ao contrário, os relatos são de que a textura dos bulbos fossem bastante ásperos e que, ainda que cozidos por horas, assim seguiam. As pessoas tinham um certo cuidado ao alimentarem-se com os bulbos, mastigando-os delicadamente e devagar, mas que ainda assim, sua aspereza os deixavam com a garganta irritada. Sempre que possível, mesclavam com outros legumes para amenizar tal efeito. Mas ao final, apesar desta características, as pessoas estavam gratas de terem algo para comer e muitos consideraram em seus relatos que as tulipas os ajudaram a sobreviver.

 

Outras curiosidades sobre as tulipas

Também adoraríamos contar sobre algumas curiosidades sobre essas encantadoras flores que se espalham pelos jardins da Keukenhof. Embora elas viessem do centro asiático, elas se adaptaram muito bem ao clima holandês. Das mais de 3 mil espécies que se tem hoje, a maior parte foi conseguida de maneira artificial, ou seja, do cruzamento de espécies e até mesmo da utilização de insetos e “pragas” para se conseguir novas cores e estilos de pétalas. Além disso, assim como os girassóis, as tulipas tendem a seguir a luz do sol e seus caules, mesmo cortados e expostos em vasos, seguem crescendo. As encantadores flores expostas na Keukenhof.

A Semper Augustus foi no passado a tulipa mais desejada entre os colecionadores e ficou conhecida como “o Rei das Flores”. Tratava-se de uma tulipa cor de carmim, com estrias brancas leitosas. Eram bastante raras e passaram a ser chamadas de tulipas quebradas. Isso porque alguma anomalia permitia sua existência, não tratava-se de uma espécie em si. Eram conseguidas através da sorte, ou melhor, mais tarde se descobriu que tratava-se de um vírus que atacava o processo de pigmentação da planta. Mas o vírus também enfraquecia o bulbo, gerando plantas cada vez mais fracas e degradadas, até que se extinguiam. Na atualidade, a Semper Augustus foi conseguida de maneira artificial e livre dos vírus. 

Além disso, as tulipas são um dos símbolos holandeses e em Amsterdam, comemora-se a abertura da temporada das exuberantes flores, como Tulip Day, um dia onde as ruas que cercam o Museu das Tulipas se enchem de flores e as pessoas podem recolher quantas quiserem e levarem para casa. O evento ocorre sempre no terceiro sábado do ano. Em 2024, foi no dia 20 de janeiro. 

 

Estrutura do parque e acessibilidade

O parque possui uma boa estrutura para receber os milhares de visitantes diários. Já no espaço de entrada, existem locais para guardar mochilas, bagagem e até alugar cadeira de rodas.

Dentro do parque, existem 5 pavilhões de exposição e cada um deles conta com restaurantes para que as pessoas possam lanchar. Há ainda outros carrinhos de comida espalhados pelos jardins. Além dos restaurantes, o parque também conta com boas estruturas de banheiros, há uma enfermaria e muitas lojinhas de presentes, que inclusive, vendem guarda-chuvas e capas de chuva, afinal, o clima holandês foge um pouco das previsões.

Mas é importante considerar que o pagamento só possa ser realizado com cartão, não sendo aceito pagamento em efetivo, o que é bastante comum na Holanda.

Quanto à acessibilidade, pessoas com alguma dificuldade de locomoção podem ficar tranquilas que o espaço está muito bem adaptado e se pode transitar bem por quase todos os espaços. Existem, inclusive, espaços para aluguem de cadeiras de rodas.

Apenas contem com a multidão, pois em 2023, nas 8 semanas de abertura, o parque recebeu mais de 1,4 milhões de pessoas. São cerca de 25 mil pessoas diariamente, perambulando por entre seus jardins. No site do evento, as informações são de que os dias de menor fluxo são segunda, terça e quarta-feira, e que os horários com menor número de visitante é antes da 10:30 h e depois das 16 h.

Para os papais que visitarão o parque com crianças, o parque possui algumas áreas de entretenimento, já que apenas passear pelos jardins pode acabar sendo cansativo ou tedioso para os pequenos. Existe um mini zoológico, com alguns animais rurais, um labirinto de arbustos e também, um playground. É possível ainda fazer passeios de barco e de bicicleta. 

 

Pelo Keukenhof, na Holanda…

Nós, que gostamos de ver tudo com calma, passamos mais de 6 horas caminhando entre os canteiros e jardins, completando um percurso de 9 km. O percurso poderia ser ainda maior, visto que não há uma única rota para seguir, e sim, caminhos e mais caminhos entre os jardins. 

Leve em consideração a instabilidade do clima nos Países Baixos nessa época do ano: as chuvas são corriqueiras. Assim, além de utilizar roupas e calçados confortáveis, considere levar na bolsa um guarda-chuvas e uma capa de chuva. E se possível, calçados impermeáveis. Como citei anteriormente, as lojas de lembrancinhas vendem os itens, mas o custo-benefício pode não ser dos melhores.

Gostaria ainda de adicionar um detalhe, apenas para dar um alerta para quem, como nós, sofre com a rinite. Durante o período de florada, a qualidade do ar chega a marcar moderada ou ruim, em função do pólen, que se espalham por quase todo país. Para a maioria das pessoas que tem pouca alergia ao pólen, ou rinite, não será um impeditivo, mas é importante saber, para preparar-se devidamente para essa visita. 

 

Passeios em bicicleta e barco

Alguns dos ícones mais conhecidos dos Países Baixos são certamente as tulipas, as bicicletas, os canais e os moinhos de vento. Desta maneira, os outros três elementos não poderiam faltar neste ambiente.

Os canais estão por todos os lados, inclusive, circundando as plantações. No moinho de vento situado dentro do parque, é possível comprar ingressos para passeios de barco nos entornos do parque, por entre os campos de tulipas.

O passeio tem duração de 45 minutos e percorre os entornos do parque, entre as plantações. O custo do passeio é de € 10 para adultos e €5 para crianças entre 4 e 17 anos.

E por se tratar de um território bastante plano, o transporte de bicicleta se tornou um meio bastante viável no país. Assim, a Holanda investiu na construção de ciclovias, inclusive, entre os municípios. Nos entornos da Keukenhof estão algumas rotas que passam também pelas plantações. Os trajetos são bem sinalizados e você pode escolher entre circuitos mais longos ou mais curtos.  

Existe a opção de alugar bicicletas em algumas barracas no estacionamento do Keukenhof. Ali, é possível alugar não só bicicletas, como acessórios como cadeirinhas para crianças e capacetes. O preço para 3 horas de estadia com a bicicleta é de €1, já para uma diária inteira o valor é de €16. 

É possível adquirir os ingresso para o barco ou realizar o aluguel de bicicleta de maneira presencial ou online, através do site da Keukenhof.  Mas vale a pena frisar que tanto as rotas de barco, como de bicicleta percorrem os arredores da Keukenhof e os campos de flores e não os seus jardins. Não é permitida a entrada de bicicletas no parque. 

 

 

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Datas e horário de funcionamento da Keukenfof

A feira ocorre anualmente, no Parque de Exposições da cidade de Lisse, à 49 km de Amsterdã. A exposição não tem data fixa, já que depende do processo de floração das tulipas, mas costuma ocorrer entre meados de março até meados de maio. Em 2023, por exemplo, a exposição foi de 23 de março à 14 de maio. Já para a edição de 2024, as datas confirmadas são de início em 21 de março e encerramento em 12 de Maio.

A nossa sugestão é programar a visita em abril, ou seja, no período intermediário da feira, para que se possa ver as flores abertas, tanto na exposição, como nos campos de produção, em volta do parque. Isso porque no início da exposição, as flores podem ainda estar fechadas, e ao final, podem não estar tão bonitas, pois as tulipas são flores muito delicadas, e podem acabar se desmanchando com a ação dos ventos e da chuva. Enquanto os campos em volta do parque, certamente já estarão sem flor.

O parque abre às 8 horas da manhã e fecha às 19:30 horas. Considere que estes meses são de transição entre o inverno e a primavera, é possível que o sol se ponha cedo. Sugiro não programar a visita pensando no horário de fechamento. Sem contar que, se você prefere evitar multidões, o melhor horário é o início da manhã. 

 

Preços dos ingressos:

Existem duas opções de compra dos ingressos para a feira: comprando apenas a entrada, ou combinando a entrada com o transporte público. Assim, os valores podem variar um pouco, de acordo com o local de partida.

Mas vale saber que as cidades próximas à Lisse, ou que recebem o maior fluxo de turistas em direção ao parque, disponibilizam uma linha de ônibus que leva exclusivamente à feira, deixando os visitantes na entrada do parque. Mas também é possível ir por conta própria, e a diferença do valor do deslocamento não será assim tão grande.

Lisse é uma pequena cidade, com 23 mil habitantes e passa a receber mais de um milhão de visitantes no período das 8 semanas de duração da feira. Assim, a prefeitura de Lisse, em reconhecimento dos transtornos causados pelo intenso fluxo de turistas na cidade, oferece aos moradores, ingressos gratuitos para visitar a exposição. Mas claro, para isso, o residente deve estar devidamente registrado na prefeitura.

A venda dos ingressos online se inicia em meados de outubro e podem ser encontradas no próprio site da Keukenhof, que tem muitas informações sobre as exposições.

Vale ainda lembrar que, a cidade de Lisse não possui estrutura de trens. Assim, se você tiver a intenção de deslocar-se de trens, deverá ir até as estações de Amsterdã, Haarlem, Leiden, ou até o Aeroporto Schiphol e então, pegar um ônibus até Lisse.

Portanto, deixo aqui, os preços dos ingressos para a coloridíssima Keukenhof (Preços baseados no ano de 2024), e os locais de saída, com o preço incluindo o valor do transporte.

 

Apenas a entrada no Parque

Adultos: € 19,50 na compra online e € 23  na bilheteria

Crianças a partir de 4 e até 17 anos, pagam € 12

 

Entradas + transporte, saindo de:

Haarlem Centro: € 31 

Amsterdã Centro: € 36 

Leiden Centro: € 31 

Aeroporto Schiphol: € 31

 

Passe anual

Caso você queira visitar o parque mais de uma vez durante o período da exposição, poderá ainda comprar o chamado passe anual. O valor é de € 50 para adultos (€ 65, se optar fazer uso do estacionamento) e €17,50 para idades entre 4 e 17 anos, e dá acesso à exposição, quantas vezes você quiser.  

Esse passe é personalizado, (com exigência de documento de identificação tanto para a sua confecção como para a entrada no recinto) e intransferível. 

 

 

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Te vejo na Keukenhof? Um abraço e até logo!