Turismo de Experiência

O que é o turismo de experiência e porque ele é tendência na área 

O que é o turismo de experiência e porque ele é  tendência na área 

Conceitualmente, o Turismo de Experiência é um modelo de serviços turísticos onde o viajante possa vivenciar a rotina, os costumes e a cultura de um povo ou comunidade. Assim, além de proporcionar um envolvimento com a cultura do local, este conceito de turismo viabiliza um envolvimento emocional e até a empatia do visitante com o local visitado e seus elementos.

Como surgiu o Turismo de Experiência?

A partir do final do século XX, há uma alteração no comportamento das pessoas, onde consumir, por si só, não era o suficiente. A mudança põe ao centro, o envolvimento emocional, não mais o Ter. Portanto, um consumo com propósito, com sentido.

Com isso, claro, houve também uma necessidade de adequação dos serviços e produtos ofertados. Inicia-se então, um Mercado econômico de experiências, onde o produto ou serviço ofertado passa a ser algo que gere envolvimento emocional do seu consumidor, que seja algo memorável a este.

Portanto, o Turismo de Experiência surge e se trata disso. Ele se diferencia no mercado das massas, justamente por fugir das ofertas convencionais.  Mais que a visita a um espaço, ele promove o envolvimento emocional do viajante, a partir de experiências significativas.

Turismo de Experiência
A Colheita do Café.

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As mudanças do turismo, na atualidade

A Organização Mundial de Turismo (OMT) considera que os turistas da atualidade querem “viajar para destinos onde mais do que visitar e contemplar, fosse possível também sentir, viver, emocionar-se e ser personagem da sua própria história.”

Se formos pensar na forma em que montamos os nossos roteiros, ou planejamos as nossas viagens, por exemplo, podemos notar que o comportamento de valorizar a experiência se sobressai. Os guias de viagens que simplesmente descrevem o destino já não são suficientes. Queremos ir a fundo e entender como aquele lugar faz as pessoas se sentirem. Buscamos fotos e fatos, contados por pessoas reais, não por contratos publicitários.

Mas você pode estar pensando que o turismo, por aí só já é algo experienciável, que desperta sentimentos e cria memórias. É a experiência de vivenciar uma cultura diferente do habitual, outra língua, paisagens que cativam, momentos que fogem da correria imposta pelo cotidiano, etc. Sim, isso é verdade. A questão é como esta experiência é apresentada.

Muitas vezes, ao se comprar um pacote de viagens, ou até mesmo quando pesquisamos sobre o turismo de um determinado local, notamos que nos são apresentadas poucas ou muito específicas opções, voltadas para o turismo de massa, uma recriação artificial da cultura local ou algo realmente criado para os turistas. E muitas vezes, ainda são passeios feitos com um tempo estabelecido, que não necessariamente condiz com o que você passaria no local. Isso, além de não permitir que o viajante conheça o cotidiano do local visitado, não interaja, e ainda produz estereótipos culturais.

E essa visão de que o turismo deva ser algo que vai além do ato de consumir, abriu brecha, não só para o Turismo de Experiência, mas para tantos outros.  Alguns deles podem até fazer parte do espectro do turismo de experiência. Mas são eles: o Slow Travel, o Turismo Comunitário, o Turismo Rural, o Turismo Sustentável, o Ecoturismo, o Turismo Responsável, entre outros.

O que propõe o Turismo de Experiência?

O turismo de experiência propõe que o visitante ande pelas ruas, que observe as ações, as cores, que ouça os sons, que sinta os cheiros, que frequente restaurantes que os moradores costumam frequentar, e que se permita interagir. Ou seja, que o turista contemple e vivencie o local, e não apenas conheça os pontos mais famosos e tradicionais porque alguém ditou que é isso que se deva fazer, e para tirar fotos e postar nas redes sociais.

Assim, o turismo de experiência propõe que haja uma interação real com o espaço visitado. Algo que fuja das idealizações e estereótipos, que seja real. Afinal, os alemães não são fechados e sisudos. O macarrão não é a base alimentar da Itália. E é numa região específica da Espanha que se dança o Flamenco.

É um nicho turístico, que estimula as vivências, o contato com as comunidades locais. Este sim, é o fator que resulta em experiências e aprendizados significativos, cheios de sentido, expansivos, e claro, memoráveis. Ajuda inclusive, a conhecer melhor a nossa própria cultura, compreender a história e a diversidade do nosso país.

E há uma variedade imensa de atividades que se encaixam neste nicho, que podem ser, desde coisas bastante simples, como colher alimentos na horta e prepara-lo junto ao anfitrião, até mais sofisticadas, como um roteiro em barco.

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Quais as diferenças entre o turismo tradicional e o Turismo de Experiência?

As diferenças entre o turismo tradicional e o turismo de experiência são bastante explícitas. Enquanto o turismo tradicional possui uma estrutura mais rígida, voltada para o mercado de produtos consolidados e estimular o consumismo, o turismo de experiência vai na contramão.

É claro que ainda se trata de consumir algo, mas de maneira mais consciente, onde o enfoque não seja o ter, e sim, o experimentar, vivenciar e aprender. É uma forma de turismo integral, muito mais flexível e que pode ter desdobramentos que valorizem também a experiência da comunidade, e que vão de acordo com o Turismo Sustentável.

Assim, o Turismo de Experiência foca em estimular os cinco sentidos do viajante. Faz com que este se envolva emocionalmente, que crie vínculos afetivos com o local, que aguce sua criatividade e que o permita aprender algo novo. Também proporciona que o visitante seja ator de sua viagem, não mero expectador, que possa interagir, comunicar-se, conhecer a história daqueles com quem se relaciona, compartilhar a sua e colaborar. Ademais, se ao viajante é proporcionado todos estes elementos, ele terá uma experiência pessoal, única. E ainda irá desenvolver a identificação com aquela comunidade, com a cultura local.

O turismo de experiência te coloca em contato com a gastronomia regional, com a paisagens que apenas os moradores locais conheceriam, com o modo de vida e costumes da comunidade e com a arte produzida por esta. Ele vai além do “Conheça tal lugar”, como algo que foi pré-estabelecido para que os turistas devessem conhecer. Ele permite que você conheça o que realmente gostaria de conhecer, uma experiência que tenha a ver consigo, seus sonhos, gostos e desejos.

Coleta de Marisco
Um curso de coleta de marisco em Vilagarcía de Arousa.

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A Economia e o Turismo de Experiência

Esse nicho é tão variado e flexível, que pode ajudar muito na economia local. Fugindo de grandes comércios e corporações, ele dá oportunidade de incrementar a renda de pequenos comércios, artesãos, produtores rurais, pescadores, artistas, e muito mais.

Isso porque o tipo de atividades buscadas pelos turistas desta modalidade, valorizam justamente esses trabalhos. Inclusive, pode melhorar a vida nas comunidades e até salvar a economia dos povoados.

O Desafio BEDA Viajante 2021!

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Estamos na última semana do Desafio BEDA Viagem (Blog Every Day August). Nele, um grupo de blogs de turismo tem publicado todos os dias neste mês de Agosto. Acompanhe o material incrível dessa turma!!

Beda Viagem
Banner do desafio Beda

Créditos da identidade visual do BEDA: Mariana Holtz estudante de design na Parsons New York. Mariana trabalha com ilustração de jogos e animações como o Geo Gravity e o The Magic Pencil. Também já ilustrou livros infantis como o “imagine” além de ter um projeto de histórias em quadrinhos contra fake news o Camaleão Leo Instagram @Mah_artz.

Então não perca os conteúdos desta semana! Um abraço!

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